Ondas de Elliott: Análise de Ondas de Elliott e Teoria de Ondas de Elliott (2025)

Não é segredo que o preço se movimenta em ondas. Por muito tempo, traders tentaram encontrar maneiras de analisar esses movimentos e prever o futuro dos preços. Tomando a análise de ondas como base, surgiram muitas teorias diferentes, sendo a principal delas a “Análise de Ondas de Elliott”.

Ralph Nelson Elliott era um contador profissional que tinha acesso a uma grande quantidade de dados sobre movimentos de preços ao longo de décadas. Elliott notou que os movimentos de preços se assemelhavam a ondas e começou a analisar os gráficos. Ele estudou gráficos de preços de muitos instrumentos de negociação, dedicando tempo tanto a gráficos anuais quanto mensais, semanais, diários, horários e até de minutos.

A teoria de Elliott era a de que qualquer tendência consiste em três movimentos de impulso de preço e dois recuos contra a tendência – totalizando 5 ondas, após as quais a tendência terminaria. Cada onda de impulso pode ser decomposta em 5 ondas menores, e cada correção em mais 3 ondas. As ondas resultantes também poderiam ser observadas em uma escala menor:

Elliott descreveu os resultados de seu trabalho no livro “The Wave Principle”, publicado em 1938. Mas a teoria de análise de ondas não era popular entre os traders. Somente 50 anos após a morte de Elliott é que começaram a se interessar seriamente pela teoria, em grande parte graças a Robert Prechter, que popularizou as “Ondas de Elliott” e também aprimorou a teoria.

Teoria da Análise de Ondas de Elliott – Padrão de Onda de Impulso

A teoria da análise de ondas de Elliott diz que qualquer tendência pode sempre ser decomposta em 5 ondas: 3 ondas de impulso a favor da tendência e 2 ondas de correção. Além disso, de acordo com a teoria, depois que a tendência termina, há três ondas de recuo. Toda a teoria de análise de ondas de Elliott se resume a:

• As primeiras cinco ondas são um padrão de onda de impulso.
• As últimas três ondas são ondas de correção.

Vamos analisar um padrão de onda de impulso composto por 5 ondas. Nele, na direção da tendência, há 3 ondas principais – 1, 3 e 5. As ondas 2 e 4 são corretivas e direcionadas contra a tendência.

Para entender melhor o conteúdo, vale a pena colorir nossas ondas em cores diferentes:

A teoria das ondas não surgiu do nada – Elliott via nela o estado psicológico dos traders, e uma análise profunda dos ativos só reforçou sua teoria.

Primeira onda na teoria de ondas de Elliott

A primeira onda de impulso é direcionada para a tendência. Geralmente, é bem difícil identificá-la nos gráficos de preços até que se complete.

Segunda onda na teoria de ondas de Elliott

A segunda onda é uma correção da primeira onda. Ela não pode ter o mesmo comprimento da primeira. Isso significa que, por exemplo, em uma tendência de alta, o recuo, na forma da segunda onda, não alcançará o mínimo (início) da primeira onda. Além disso, a segunda onda frequentemente termina em níveis de retração de Fibonacci de 0,382 a 0,5.

Terceira onda na teoria de ondas de Elliott

A terceira onda é direcionada para a tendência principal – é uma onda de impulso. Ela costuma ser a mais interessante para os traders de Forex. Geralmente, a terceira onda é um movimento de preço forte e rápido – costuma ser a que se forma em menos tempo. Ao mesmo tempo, a terceira onda geralmente é maior que a primeira.

Quarta onda na teoria de ondas de Elliott

A quarta onda, assim como a segunda, é corretiva. Durante a formação desta onda, é possível observar um movimento lateral. O recuo da quarta onda não pode alcançar o máximo (em uma tendência de alta) da primeira onda.

Quinta onda na teoria de ondas de Elliott

A quinta onda de impulso encerra a tendência. É a mais longa e, na maioria dos casos, não tem muita força.

Ondas de impulso estendidas

Considerando as três ondas de impulso, aceita-se que uma delas será necessariamente “estendida”, sendo mais longa que as demais. Elliott acreditava que a onda estendida era a quinta, mas hoje se considera que a terceira também pode ser estendida (como no exemplo anterior). Na prática, isso não faz grande diferença, pois... Tudo o que importa é o resultado e o uso correto da teoria das ondas.

Ondas de correção de Elliott

Assim que a quinta onda termina de se formar, o padrão de onda de impulso pode ser considerado completo. Em seguida, surgem três ondas corretivas, designadas como a, b, c, etc.:

Em uma tendência de baixa, as ondas de correção de Elliott se parecerão com isto:

As ondas corretivas podem ter formatos diferentes – Elliott contou 21 padrões ao todo, formados pelas ondas a, b, c. Mas todos eles se resumem a três modelos gráficos, que analisaremos agora.

Tipos de ondas de correção de Elliott

Todas as ondas de correção ABC formam três padrões:

• Zigzag
• Lateral
• Triângulo

Zigzag

Zigzag é um movimento de preço inclinado contra a tendência principal. As ondas A e C são mais longas que a onda B, que é uma correção da onda A.

Lateral

Como o nome sugere, esse tipo de correção é um movimento de preço lateral. O comprimento das ondas pode ser idêntico ou diferente, mas o preço se move em um determinado corredor horizontal:

Triângulo

O triângulo é uma das figuras de análise técnica. O próprio padrão consiste em cinco ondas que se formam em um canal inclinado e convergente:

Estrutura fractal das ondas de Elliott

Todas as ondas de Elliott são fractais. Dentro de cada onda podem existir outras ondas, e para entender isso, basta reduzir o time frame (análise multiframe). Cada onda de impulso pode ter 5 ondas, e cada onda corretiva pode ter 3 ondas:

Cada uma dessas ondas pode novamente ser dividida em suas partes: cada onda de impulso resultante consiste em um padrão de onda de impulso, e cada onda corretiva incluirá um movimento ABC. Qualquer onda de nível superior incluirá ondas de nível inferior.

As próprias ondas são divididas em categorias (time frames):

• Ciclo principal (século)
• Super ciclo (40–70 anos)
• Ciclo (vários anos)
• Nível primário (vários meses ou vários anos)
• Nível intermediário (várias semanas ou vários meses)
• Nível secundário (semanas)
• Nível minute (dias)
• Nível pequeno (horas)
• Nível extrabaixo (minutos)

O ciclo principal inclui super ciclos; super ciclos incluem ciclos; ciclos incluem níveis primários; e assim por diante, até chegar aos níveis super pequenos.

Marcação das ondas de Elliott

Para não se confundir com ondas formadas em diferentes time frames, foi adotada uma marcação específica para cada categoria de ondas:

• Ciclo principal [I] [II] [III] [IV] [V], correção contra a tendência [A] [B] [C]
• Super ciclo (I) (II) (III) (IV) (V), correção contra a tendência (A) (B) (C)
• Ciclo I II III IV V, correção contra a tendência A B C
• Nível primário I II III IV V, correção contra a tendência A B C
• Nível intermediário [1] [2] [3] [4] [5], correção contra a tendência [a] [b] [c]
• Nível secundário (1) (2) (3) (4) (5), correção contra a tendência (a) (b) (c)
• Nível minute 1 2 3 4 5, correção contra a tendência a b c
• Nível pequeno 1 2 3 4 5, correção contra a tendência abc

Se você observar o gráfico de preços com a marcação das ondas, obterá o seguinte (tendência de alta):

Tendência de baixa:

Nesses gráficos, fica claro como as ondas de impulso contêm 5 ondas, e as ondas corretivas – três ondas. Ao mesmo tempo, todo o movimento no gráfico pode ser visto como as duas primeiras ondas da tendência – a primeira onda de impulso, que inclui 5 ondas (1, 2, 3, 4, 5), e a segunda onda corretiva, composta por três ondas ABC.

Três regras principais para construir as ondas de Elliott

As ondas de Elliott são formadas de acordo com três regras principais:

• A onda 2 não deve recuar mais que 100% da onda 1.
• A onda 3 não pode ser a menor das três ondas de impulso.
• A onda 4 não pode se sobrepor à onda 1.

Se alguma condição não for satisfeita, então as ondas devem ser contadas novamente desde o começo.

Dicas práticas sobre as ondas de Elliott

Na prática, existem diferentes formações de ondas de Elliott. Muitos analistas passam meses e anos estudando essas ondas. Claro, há algumas características na análise de ondas que podem ajudar a prever melhor os movimentos de preços futuros:

• As ondas corretivas 2 e 4 são imagens espelhadas: se a onda 2 teve uma inclinação forte, então a onda 4 terá uma correção menos acentuada. E o inverso também é verdadeiro.
• Se a onda 3 for a maior, então a 5ª onda terá aproximadamente o tamanho da primeira onda.
• Depois do padrão de onda de impulso (5 ondas), a correção ABC provavelmente terminará no fim da 4ª onda.

Vamos analisar tudo em mais detalhes.

Depois da formação da onda 2 (onda corretiva), podemos prever como será a onda 4. Se a onda 2 foi acentuada (fortemente contra a tendência), então a onda 4 será espelhada – o recuo será moderado e suave. Se a onda 2 foi suave e o recuo fraco, devemos esperar um recuo mais forte para a onda 4.

Se a onda 3 for a mais longa, então a onda 5 será do tamanho da primeira onda. Normalmente, se a onda 3 for duas ou mais vezes maior que a onda 1, então ela pode ser considerada a mais longa em um padrão de 5 ondas. Isso nos permite determinar o comprimento aproximado da onda 5, que começará a se formar assim que a onda 4 terminar.

A correção ABC, que se forma depois de um padrão de onda de impulso, frequentemente termina no nível de correção da onda 4. Ou seja, toda a correção é aproximadamente igual à onda 5. Essa definição do fim da correção surgiu devido à aninhagem de algumas categorias de ondas dentro de outras. Todo o padrão de onda de impulso (5 ondas) é uma única onda na categoria superior, o que significa que a correção ABC é a segunda onda na categoria superior.

Ondas de Elliott na prática

Teoria é ótimo, mas como usar esse conhecimento na prática?! Como já disse, é bem difícil identificar a onda 1 – esperamos seu término e procuramos um recuo. Precisamos do fim da primeira onda para entender se é ou não um movimento lateral e ter certeza de que este é o início de uma tendência:

Nossa primeira onda se formou, e começou o recuo. Precisamos encontrar um ponto de entrada para alta – identificar o início da formação da terceira onda. A opção mais lógica é combinar níveis de Fibonacci com níveis de suporte e resistência ou padrões de candle Price Action:

Puxamos os níveis de Fibonacci e lembramos que a onda 2 não pode ser maior que a onda 1; também não seria ruim lembrar que a onda 2 frequentemente termina em níveis de 0,382 a 0,5. Agora o preço está exatamente no nível 0,382, e o ponto de entrada será indicado pelo padrão “Bullish Closing Price Reversal” – uma vela de alta que rompeu a mínima da vela anterior e fechou bem acima do preço de abertura. Um bom ponto de entrada em uma tendência de alta:

A terceira onda não deve ser a menor, mas ela já é maior que a primeira, então tudo certo. Vale a pena observar a onda corretiva 2 – ela consistiu em 4 candles, ou seja, o recuo foi acentuado. Devemos esperar um recuo mais suave da onda 4:

A onda corretiva 4 é realmente mais suave, mas como determinar o fim da correção? Proponho novamente recorrer aos padrões de Price Action, especificamente ao padrão “1-2-3”. Lembrando que esse padrão é perfeito para operar a favor da tendência:

Lembrando: o 1º ponto do padrão é o início de um impulso de tendência (fim da onda 2), o 2º ponto é o topo do impulso de tendência (fim da onda 3), o 3º ponto é o fundo da onda 4. Traçamos um nível horizontal pelo ponto 2 e, assim que o preço o romper, abrimos uma negociação de compra:

Como resultado, o preço começou a formar a 5ª onda de Elliott:

É mais ou menos assim que você pode analisar e prever movimentos de preços usando as ondas de Elliott. Não há nada muito complicado se você seguir as regras e conhecer os padrões de Price Action.

Ondas corretivas de Elliott na prática

Tudo bem com o padrão de onda de impulso, mas o que fazer com as ondas corretivas de Elliott? Vamos analisar a seguinte situação:

Pelas dicas práticas, sabemos que devemos esperar um recuo próximo ao fim da onda 4. No gráfico, o preço está bem distante desse nível. Observamos as ondas corretivas ABC – elas se movimentam na mesma faixa horizontal, formando um movimento lateral. A única questão é para onde o preço irá após essa lateralização:

Faria sentido entrar comprado a partir da borda inferior do canal – a tendência era de alta, então há uma grande probabilidade de continuidade da tendência:

A vela seguinte confirma completamente nossas suspeitas – formou-se um “Bullish Closing Price Reversal”, sinalizando alta de preço. Então, se você demorou a entrar comprado na borda inferior da faixa lateral, após o “Bullish Closing Price Reversal” não deve haver mais dúvidas – uma negociação de compra pode ser aberta depois da formação do padrão. Vamos ver aonde isso leva:

Aí está a continuação da tendência! Por que isso acontece? É simples – todo o padrão de onda de impulso, composto por 5 ondas, é apenas uma onda na categoria superior, seguida de um recuo na forma de correção ABC – esta é a segunda onda na categoria superior; a continuação da tendência é a terceira onda na categoria superior. Em outras palavras, a tendência ainda não acabou!

Ondas de Elliott e análise de ondas dos gráficos: conclusões

As ondas de Elliott são outro tópico “não para os fracos”. É realmente complexo até para traders experientes – e não há motivo para ter vergonha disso.

Pode parecer que existam apenas três regras importantes para a formação das ondas de Elliott – é só segui-las e pronto. A própria análise de ondas implica na formação de 5 ondas de impulso (3 de tendência e 2 corretivas), após as quais se forma um padrão de 3 ondas corretivas – também não parece difícil. Pelo menos, é algo compreensível.

Ao mesmo tempo, toda essa formação, composta por 8 ondas (5 de impulso e 3 de correção), pode representar apenas duas ondas de uma categoria superior e o mero começo de uma tendência. Pois é... Cada onda de impulso pode ser dividida em 5 ondas de uma categoria menor, e cada onda corretiva – em 3 ondas de uma categoria menor. Não é de admirar que essas ondas causem tantas dúvidas nos traders.

É realmente complexo – para entender se uma tendência terminou, você precisa mergulhar fundo na análise multiframe, o que exige bastante tempo. É por isso que as Ondas de Elliott demandam meses de estudo para profissionais; imagina então para traders comuns?! Para você ter uma ideia, este artigo aborda apenas o básico (conhecimentos iniciais) do que você precisa saber sobre a Teoria de Ondas de Elliott se quiser se aprofundar no assunto.

Vale a pena? Você decide. Pessoalmente, ainda considero suficiente o conhecimento básico sobre a teoria de Elliott. Essas informações são suficientes para entender como o preço se move, como as tendências e recuos se formam. Também entendo onde as ondas começam e terminam. Para Opções Binárias, você não precisa de mais do que isso.

Mas tenho certeza de que alguns de vocês veem as Opções Binárias apenas como um passo inicial para o mercado Forex. Nesse caso, estudar as ondas de Elliott é muito recomendado. Toda a negociação em Forex se baseia em saber ou não encontrar sua “onda de tendência”, e essa teoria ensina como identificar movimentos de preço realmente fortes e estimar, ainda que de forma aproximada, sua duração. Em geral, não há nada melhor!